Recomendações para caminhada

Recomendações para as Caminhadas

1 – Caminhadas
Caminhar é o meio de locomoção natural do Homem, é o movimento que se obrigou a fazer sempre que se quis deslocar entre dois pontos. Cedo o homem, no decurso da sua evolução social, se viu na necessidade de percorrer, por diversas vezes, as distâncias que separavam locais de seu interesse.
Foi talvez devido a essa necessidade que começaram a surgir os trilhos, caminhos estreitos de um só pé. Com o aumento da população e por conseguinte o aumento do intercâmbio entre povoações diferenciadas terão surgido os caminhos, estes mais largos, os quais mais tarde terão dado origem às estradas pavimentadas. Ainda hoje se utilizam, alguns desses caminhos antigos, bem assim, como alguns troços das famosas estradas romanas.
O pedestrianismo ou caminhada é praticado ao ar livre, em contacto directo com a natureza, não sendo um desporto competitivo. Podendo ser uma actividade praticada individualmente, é porém um óptimo desporto para fazer na companhia de familiares e de amigos.
Os praticantes de caminhadas são pessoas que tendem a ser bons observadores do meio em que se envolvem e respeitadores do mesmo.
Sendo um desporto de ar livre pode ser um excelente meio de transmissão de conhecimentos entre os participantes sempre que entre eles exista especialistas em áreas como: História, Geologia, Botânica, Biologia, etc.

2 – Análises a fazer e cuidados a ter em conta
Informe-se sobre as condições meteorológicas locais.
A preparação física deve ser adequada ao percurso que vai fazer.
O equipamento, a levar, deve tomar em consideração as condições meteorológicas e a duração da caminhada.
Não parta excessivamente vestido.
A hora de partida deve ser tomada em conta para que o percurso seja percorrido durante o dia. Ande lenta e progressivamente sem se cansar.
O bom senso, perante as dificuldades, deve estar sempre presente. Caso seja apanhado por alguma dificuldade, meteorológica ou outra, deve manter a calma e se necessário abortar a caminhada. Durante um temporal, abandone os cumes das montanhas e os pontos expostos, não se abrigue debaixo de árvores e liberte-se de objectos metálicos.
Recorra às novas tecnologias e faça por manter sempre o contacto com alguém que esteja em zona povoada.
Seja sincero consigo mesmo e não se sobrevalorize. Evite riscos inúteis.
Mantenha-se sempre concentrado.
Coma pouco e muitas vezes e bebe de modo a nunca sentir fome ou sede.
Quando a caminhada é feita em grupo, não permita que este se disperse demasiado. O contacto visual entre os elementos do grupo é fundamental. Seja sempre portador de um apito forte.
Atenção, durante a época de caça, alguns percursos pode ser perigosos.
Caso o percurso seja longo, ou em terreno que possa conter algum risco, os familiares, ou e, autoridades devem ser avisados da sua realização, bem como das suas características. O percurso a caminhar deve ser bem conhecido, pelo menos, por um dos elementos participantes.


3 – Equipamento
O calçado
Enquanto caminhante dê especial atenção aos seus pés. O calçado apropriado para cada tipo de caminhada que pretende fazer é fundamental, lembre-se de que é ele quem primeiro interage com o piso por onde circula. Para quem caminha é do calçado que parte o bem-estar de todo o corpo.
Podemos agrupá-lo em três categorias:
Botas de alpinismo – adequadas para caminhar um solos e percursos pouco difíceis com condições atmosféricas favoráveis, possuem uma sola robusta e a gáspea, por norma, não cobre o tornozelo. Pesam entre 500 e 600g e requerem um breve período de rodagem.
Botas de caminhada – permitem enfrentar percursos difíceis, solos molhados e lodosos. Pesam entre 900 e 1000g e a elasticidade dos materiais permite uma caminhada confortável.
Botas – adequadas a terrenos mais difíceis e montanha. Garantem um elevado grau de isolamento térmico e de protecção dos pese tornozelos. Pesam entre 1200 e 1500g o seu uso deve ser feito de forma gradual.
Um bom calçado deve …
- Assegurar uma boa aderência ao terreno e absorver as irregularidades.
- Ser impermeável ou pelo menos proteger da humidade.
- Proteger os tornozelos.
- Favorecer a circulação do ar para uma correcta transpiração.
- Ser confortável, sólido e durar alguns anos
As meias
A protecção dos pés e o bem-estar do corpo passam também pelo uso de um bom par de meias.
É inútil ter um bom par de botas nos pés se calçar umas meias inapropriadas.
As meias devem manter os pés nem demasiado quentes nem frios e sem humidade.
Não devem comprimir os pés nem serem demasiado folgadas.
Não devem ter costuras.
Devem estender-se até à barriga das pernas.
Devem possuir uma estrutura de malha com funções diferenciadas
Actualmente conseguem-se bons compromissos de desempenho em composições mistas de algodão/fibras sintéticas ou lã /fibras sintéticas.
O vestuário
Em contacto com a pele: vestir uma camisola interior e uns calções que permitam uma boa transpiração. A roupa interior não deve ser apertada nem apresentar pontos de fricção que possam produzir vermelhões nas axilas ou na zona da púbis.
As calças, que devem permitir um amplo movimento das pernas, protegem-nas não só do frio mas também dos arbustos, das rochas e dos mosquitos. Devem ser impermeáveis pelo menos aos primeiros pingos de chuva. Com tempo quente, para caminhadas de baixa dificuldade, as calças que permitem a separação das perneiras transformando-se em calções, podem ser uma boa alternativa. Por serem rígidas, permeáveis e pesadas as calças de ganga e de veludo devem ser evitadas, uma boa alternativa podem ser as jardineiras vulgares.
A nível intermédio: as camisolas de lã, de felpa e as camisas que têm a função de reter o calor corporal, devem ter a possibilidade de o regular através de aberturas por fecho ou botões.
Em contacto com o ar: nos dias frios deve-se usar anoraque, que com chuva deve ser impermeável. Esta peça de vestuário deve ser termoisolante, deverá possuir variados bolsos internos e externos com fecho, ter capuz e não atrapalhar os movimentos. Nos dias não frios, para proteger de chuva e vento, o uso de um ligeiro impermeável pode ser aconselhável.
Na cabeça, qualquer que seja a estação do ano, o uso do chapéu é fundamental.
Em caminhadas longas, o uso de um lenço grande ao pescoço, pode revelar-se de grande utilidade em mais do que uma ocasião.
Algumas sugestões:
- No início nunca vestir demasiada roupa. Partir com a sensação de frescura.
- Durante o percurso, se necessário, parar e alterar o vestuário. Atenção às alterações climáticas que podem bruscas quando provocadas por pequenos microclimas, principalmente ventos e nevoeiros.
- Não sentir frio nas costas, onde a mochila concentra a transpiração.
- Logo que possível mudar a camisola interior que esteja húmida de suor.
- À chegada, depois de um banho, trocar imediatamente de roupa.
Importante: No acto de compra deve-se comprovar que o vestuário não impede o livre movimento de pernas e braços.
O Bastão
O bastão tem uma função estabilizadora da marcha, principalmente em zonas do percurso em que o equilíbrio do caminhante se torna difícil. Permite abrir caminho por entre vegetação mais densa e pode tornar-se em meio de defesa, para afastar algum animal que possa tornar-se menos desejado.
O Apito
É um utensílio a não menosprezar pois que pode ser muito útil caso se necessite de ajuda dos companheiros que se tenham distanciado.

4 – Cuidados Pessoais
Pés:
Os pés do caminhante devem ser objecto de uma vigilância especial. Eles suportam os excessos de peso da mochila, a rigidez e a rodagem das botas, a tensão nas descidas, o solo acidentado do percurso, o arrefecimento, o sobreaquecimento e a fricção das meias.
Devem ser bem treinados por forma a evitar inflamações dos tendões, entorpecimentos musculares e dores nas articulações importantes, como os tornozelos e os joelhos.
Depois de um dia de percurso, os pés precisam de alívio e repouso. Por forma a estimular a circulação sanguínea, devem ser lavados sucessivamente com água quente e fria e massajados com um creme refrescante.

5 – Alongamentos para Caminhantes
1 – Em pé, segure um dos pés de encontro às nádegas, alongando a parte anterior das pernas. Troque de lado.
2 – Em pé, pernas estendidas, leve o tronco à frente, como se fosse encostar as mãos no chão, alongando a parte posterior das coxas, perna e coluna.
3 – Suba um degrau, apoie a metade frontal dos pés e force os calcanhares para baixo, alongando a parte posterior dos gémeos.
4 – Em pé, estenda os braços à frente entrelaçando os dedos e curvando as costas. Alonga costas e braços.
5 – Passe os braços para trás do corpo, cruzando os dedos e alongando o peito.
6 – Puxe o pescoço para um dos lados, alongando-o. Troque de lado.
7 – Gire a cabeça para um lado e depois para o outro.
8 – Eleve o braço para cima e para a lateral alongando a lateral do corpo.
9 – Puxe um dos braços pela frente do corpo e com a mão do outro outro braço, puxe o cotovelo e o braço, alongando o ombro.

(As presentes normas foram transcritas integralmente de http://ccoeste.no.sapo.pt/seccao_caminhadas.htm)